#QUEROSEREUFRASIA

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Mariana Ribeiro fez uma extensa pesquisa para trazer neste eBook um pouco da vida de Eufrásia Teixeira Leite, a primeira brasileira a investir na bolsa.

Vamos falar aqui de uma história pouco contada, então farei esta resenha na forma de resumo, na esperança de que mais pessoas conheçam a vida dessa mulher pioneira.

Vida em Vassouras

Eufrásia nasceu em 1850 na cidade de Vassouras, interior do estado do Rio de Janeiro. Seus familiares tinham negócios relacionados à produção de café.

Na época, a mulher era educada para ser recatada, agradar o homem, servir a família etc. Por outro lado, estava fora de questão votar, ter conta bancária, abrir uma empresa, fazer uma faculdade...

Na escola, teve acesso a uma educação de alta qualidade, aprendendo línguas estrangeiras, inclusive.

Viveu na casa dos pais com a irmã mais velha Francisca Bernardina até os 23 anos. Naquela altura, ambos os pais já tinham falecido. A mãe Ana Esméria Correia e Castro morreu em 1871 e o pai Joaquim José Teixeira Leite em 1872. Como se não bastasse, a avó materna Eufrásia Joaquina do Sacramento Pontes de Andrade faleceu no ano seguinte.

Após tantas perdas, as irmãs Teixeira Leite receberam, cada uma, cerca de 400 mil réis de herança.

Partida para a Europa

Então, em 1873, decidiram partir para a Europa e passar uma temporada em Paris.

Na viagem de navio, Eufrásia conhece Joaquim Nabuco. Ficaram noivos em dado momento e tiveram um relacionamento por muitos anos.

Caso se casassem no Brasil, era o marido quem deveria gerir todo o seu dinheiro. Caso se casassem na França, a esposa poderia permanecer responsável pelo próprio patrimônio.

Não chegaram a um acordo e o casamento nunca se concretizou.

Ingresso na bolsa de valores

Quando Eufrásia e Francisca saíram do Brasil com destino à França, uma das intenções era visitar o tio Custódio (irmão do pai delas), que vivia na capital francesa. Esse tio era diretor da Companhia Brasileira de Tramways quando a empresa precisou levantar recursos na bolsa e tinha conhecimentos sobre ações.

Foi uma influência para Eufrásia começar a atuar na Bolsa de Paris.

Não era permitido às mulheres fazer uma faculdade, mas isso não era problema para Eufrásia — ela era autodidata. Podia ler livros, jornais e revistas em diversos idiomas. Era mais uma forma de aprender sobre economia, investimentos, mercado etc.

Outra maneira de ter contato com esses assuntos era frequentando eventos da alta sociedade francesa ou promovendo encontros nos salões do palacete onde vivia com Francisca, na rua Bassano, número 40.

Diversificação dos investimentos

Mas não pense que Eufrásia tinha ações apenas em empresas listadas na Bolsa de Paris. Além de diversificar os investimentos em segmentos diferentes, ela atuava nas bolsas de 17 países, incluindo o Brasil.

E você deve estar se perguntando em que ela investia? Então aqui vai uma lista com alguns setores:

  • construção de estradas de ferro,
  • bebidas,
  • bancos,
  • petróleo,
  • eletrificação (a distribuição comercial de eletricidade começou no final do século XIX),
  • produção têxtil,
  • mineração.

Eufrásia também teve dinheiro no mercado imobiliário. Nos últimos anos de vida, por exemplo, comprou um grande terreno em Copacabana para fazer lotes menores.

Filantropia, patrocínios e benfeitorias

Além disso, nossa investidora se dedicava à filantropia. Fez contribuições para sobreviventes da Primeira Guerra Mundial, cavalos vítimas de maus tratos, Museu do Louvre...

Apoiou figuras femininas que ela achava que mereciam mais notoriedade, como a pintora Mantovani Gutty e a arqueóloga Harriet Boyd Hawes.

É claro que Eufrásia não se esqueceu da cidade de Vassouras. Mesmo fora do Brasil, cuidava da manutenção da casa enviando dinheiro quando necessário e se correspondendo com os funcionários.

Hoje em dia o local é o Museu Casa da Hera, dedicado à história de sua vida, de sua família e da Vassouras do século XIX.

Quando retornou ao Brasil para ficar, em 1926, vivendo no Rio de Janeiro, patrocinou o carnaval de rua de sua cidade natal.

Já estava em idade avançada e por complicações de saúde, veio a falecer em 1930, aos 80 anos.

Em seu testamento, deixou recursos para a cidade de Vassouras, em especial para a saúde e para a educação.

Eufrásia lutou por causas importantes à sua maneira. Não foi ativista. Foi ela que tomou as decisões de investimento, multiplicando seu patrimônio em mais de 90 vezes. Conquistou seu espaço por mérito próprio.

Que a memória de Eufrásia Teixeira Leite seja sempre preservada!

Para saber mais:
Museu Casa da Hera (site oficial)
Os Órfãos de Eufrásia (Piauí)
Eufrásia Teixeira Leite entre as finanças e a moda (SciELO Brasil)
Árvore genealógica de Eufrásia Corrêa e Castro Teixeira Leite (A mística do parentesco)
A primeira investidora da Bolsa brasileira (InfoMoney)
A primeira investidora: conheça a brasileira que ficou bilionária no século 20 (YouTube Investing.com Brasil)

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