O Investidor de Bom Senso

O Investidor de Bom Senso

O Investidor de Bom Senso é um livro repleto de argumentos para mostrar que com simplicidade e visão de longo prazo é possível ter um bom desempenho no mercado de ações.

Embora este site seja focado em trading e especulação de curto prazo na bolsa de valores, de vez em quando é bom lermos o que os grandes investidores de longo prazo têm a dizer. Esse é o caso de John Bogle (1929 - 2019), fundador da gestora Vanguard e criador do primeiro fundo de índice do mundo, em 1975.

Seu livro é sobre as vantagens do que ele chama de Fundo de Índice Tradicional ou Traditional Index Fund (TIF). Em linhas gerais, esse tipo de fundo busca replicar o desempenho de um índice amplo de mercado como o S&P 500, que tem as 500 companhias listadas em bolsa mais pertinentes dos Estados Unidos, por assim dizer.

Dessa ideia principal, quero compartilhar três observações rápidas. Acompanhe!

Diversificação, baixa rotatividade e taxa de administração justa

Segundo o autor, a melhor forma de ter sucesso no mercado de ações é ter uma carteira com todos ou praticamente todos os papéis disponíveis e mantê-los para o longo prazo.

Desde que se consiga fazer isso a um custo baixo (ou seja, uma baixa taxa de administração), o investidor receberá em retorno o crescimento das empresas na forma de dividendos e valorização das ações ao longo de décadas.

É claro que estamos falando de renda variável, então haverá anos positivos e anos negativos, mas no longo prazo, na média, o retorno será recompensador. Uma tabela no livro mostra os retornos anuais do S&P 500 desde 1900, que até 2016 ficou com uma média de 9% ao ano.

Para isso, Bogle defende que o ideal é optar por um TIF. Esses fundos não ficam alterando a cesta de ações consistentemente — afinal, estão simplesmente acompanhando a composição de um dado índice.

Essa baixa rotatividade é positiva para o investidor porque o fundo não pagará taxas e impostos de transações em excesso, que poderiam prejudicar a rentabilidade.

Além disso, essa estratégia busca eliminar riscos envolvidos em:

  • ter um portfólio muito concentrado em um setor;
  • selecionar ações específicas;
  • escolher o gestor ou a gestora de fundo etc.

Não é melhor escolher fundos que superam o mercado?

Alguns investidores podem pensar: mas por que comprar um fundo de índice se eu posso escolher um ou mais fundos que tenham um histórico vencedor em superar o mercado?

De acordo com Bogle não vale a pena, porque não é possível garantir sucesso futuro com base no desempenho passado.

Inclusive, ele mostra que dos 355 fundos existentes em 1970, praticamente 80% deles não existiam mais em 2016 e apenas dois dos 355 iniciais conseguiram superar o retorno anual do S&P 500 em 2% ou mais.

Isso faz lembrar o que vimos em Iludidos pelo Acaso (citado por Bogle no livro), sobre resultados excepcionais frequentemente serem uma questão de sorte quando pensamos que se devem à habilidade.

Enfim, para o autor não adianta selecionar fundos como esses para o longo prazo se no longo prazo eles provavelmente não estarão ativos.

E os ETFs?

Outra alternativa muito parecida aos TIFs seriam ETFs voltados a acompanhar determinados índices.

Na nossa bolsa, por exemplo, o BOVA11 tem como objetivo replicar o retorno do IBOV. Da mesma forma, o IVVB11 busca reproduzir a rentabilidade do S&P 500.

Bogle chama ETFs como esses de lobo em pelo de cordeiro devido à facilidade de comprar e vender das suas cotas. O que incomoda o autor é usar esses fundos com uma visão de curto prazo e os gastos derivados disso com impostos e custos de negociação.

Contudo, ele admite que podem ser sim uma boa alternativa, desde que se compre para manter e não para negociar.


Livros como esse podem até soar como ofensa para traders e especuladores, mas como já disse em outros posts, acho que todos nós devemos dedicar parte do capital para investimentos no longo prazo.

E o bom senso de John Bogle faz bastante sentido, ainda mais para aqueles que não têm vontade ou condições de acompanhar o mercado.

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