How to Swing Trade
How to Swing Trade contém o essencial para quem está começando com o trading. Para quem não é iniciante, serve como reforço de habilidades/atitudes que você precisa ter bem desenvolvidas.
Este livro de publicação independente não estava no meu radar, mas como estava disponível no Kindle Unlimited, decidi dar uma chance — e não me arrependi.
O autor Brian Pezim é um dos mentores em uma comunidade chamada Bear Bull Traders. Ainda que ele tenha escolhido um subtítulo voltado aos principiantes (Um guia para iniciantes às ferramentas de trading, gerenciamento do dinheiro, regras, estratégias e rotinas de um swing trader), temos em How to Swing Trade uma obra bem completa.
Mesmo já com alguma experiência no mercado (curta, mas não mais de iniciante) também encontrei ideias interessantes. Escolhi algumas delas para acrescentar ao conhecimento que já conseguimos com as resenhas anteriores. Confira!
Swing trading é uma profissão
Gosto quando livros sobre trading não vendem fantasias.
Seja o trading a sua atividade principal ou não, é fundamental que você encare como um trabalho. Não se trata de ficar rico do dia para a noite ou de ganhar dinheiro fácil, mas sim de ter o conhecimento necessário, dominar as ferramentas e adquirir a prática para ser bom naquilo, como em qualquer profissão.
O swing trade permite tomar decisões com mais calma (definir o ponto de entrada, o alvo, o stop etc.) se comparado ao day trade, por exemplo — o que talvez passe a impressão de não requerer esforço. Porém, é algo que exige tempo de estudo, de análise, de mensuração de resultados…
Enfim, é essencial que traders criem uma rotina e que consigam segui-la consistentemente. Seguindo o que o autor diz: tenha um plano, siga esse plano e ajuste-o quando necessário.
Paciência e disciplina
Brian Pezim explica que a paciência é uma das maiores virtudes de um trader. A falta de paciência e disciplina leva as pessoas a fazerem trades em excesso, evidenciando sua ganância e seus medos.
Em operações perdedoras, o forte sentimento de frustração e insegurança revela uma frágil gestão das emoções. O ideal é tratar tanto os trades com perdas quanto os trades com ganhos como uma oportunidade de se desenvolver.
Após uma operação malsucedida, um bom trader não fica se culpando. Analisa o que errou, toma nota de como é capaz de melhorar e parte para a próxima.
Proteção do capital
O dinheiro é a ferramenta de trabalho dos traders. Se ele acabar, sua atividade também estará terminada.
É por esse motivo que precisamos protegê-lo sempre, colocando stop para não deixar um pequeno prejuízo virar um grande prejuízo (há vários critérios de posicionamento de stop; abaixo de um suporte numa operação comprada, por exemplo) e respeitando a Regra dos 2%.
Nós a vimos no Como se transformar em um operador e investidor de sucesso, mas, relembrando, seu objetivo é evitar prejuízos muito grandes se comparados ao seu capital voltado para os trades. Ela diz que a potencial perda de uma operação não deve ultrapassar o valor correspondente a 2% dessa sua conta.
E tem mais. Bons traders sabem que no mercado tudo pode acontecer, então estão cientes que para um determinado retorno esperado existe um risco associado.
Dizendo de outra forma: antes de iniciar uma operação, um trader disciplinado analisa qual é a expectativa de lucro e compara com o prejuízo que poderá ter caso o trade dê errado.
Para ficar mais claro com um exemplo: imagine um trade em ANIM3 com a entrada em R$ 29,69, um stop em R$ 28,79 e um alvo em R$ 31,49. O retorno esperado é de R$ 1,80 (31,49 - 29,69) por ação e o risco da operação é de R$ 0,90 (29,69 - 28,79). Assim, o retorno esperado será equivalente a 2 vezes o risco.
Essa é uma boa relação risco/retorno, mas quanto maior for o retorno em comparação ao risco, melhor. O ideal é evitar operações em que o retorno seja menor que 2 vezes o risco.
Análise fundamentalista incorporada aos trades
É fato que faz muito sentido usar a análise fundamentalista para investimentos a longo prazo, mas também é verdade que ela tem sua utilidade no trading.
Podemos usar alguns indicadores para validar se estamos especulando em linha com os fundamentos da empresa — como ao operar na ponta vendedora com ações de uma companhia que não vem apresentando lucros consistentes.
Lembrando que para planejar um trade é recomendável levar em conta alguns fatores que justifiquem uma entrada, e não um único indicador isoladamente.
Segundo a seleção do autor, entre os indicadores mais importantes, temos:
- receita total: é indício de uma boa empresa ver a receita crescer a um bom ritmo todos os anos;
- lucro por ação: se houver a expectativa que o lucro por ação de uma empresa aumentará, o esperado é que o preço da ação também venha a se valorizar (falamos de lucro por ação na resenha do Guia Suno Dividendos);
- P/L: a razão preço sobre lucro é um importante indicativo do quanto o mercado está precificando uma ação frente ao lucro da empresa. Se estiver muito alto, pode significar que os investidores estão dispostos a pagar mais pela ação porque confiam no crescimento da empresa, mas também pode indicar que a ação está cara (também já falamos mais sobre P/L em outra resenha O jeito Peter Lynch de investir).
- dívida/equity: olhar a razão entre dívida e o equity (valor da firma) é uma maneira de saber se a empresa está muito endividada ou não. O ideal é que a dívida não seja maior que o equity, ou seja, que o indicador dívida/equity seja menor que 1. Podemos olhar a dívida líquida/patrimônio líquido.
- ROE: o Return On Equity é o quanto a empresa retorna ao acionista por cada real investido. Ações de empresas de ROE alto e/ou crescente tendem a se valorizar.
Padrões mais relevantes de candlesticks
Quando lemos livros como Japanese Candlestick Charting Techniques ou Candlestick: um método para ampliar lucros na bolsa de valores, notamos que são muitos os padrões de candles existentes.
Por isso, Brian Pezim escolheu abordar apenas os padrões que ele considera mais poderosos, que são:
- engolfo (de baixa e de alta);
- harami cross;
- gravestone doji;
- dragonfly doji.
O essencial da análise técnica
Como não poderia deixar de ser, o livro explica ideias fundamentais da análise técnica, como suportes e resistências, médias móveis e indicadores.
Novamente o autor opta por abordar apenas o que considera essencial. Por isso, ele só fala destes indicadores:
- Índice de Força Relativa (IFR) ou Relative Strength Index (RSI);
- Moving Average Convergence Divergence (MACD);
- Average True Range (ATR).
E é claro que as figuras não poderiam faltar, como fundo duplo, topo duplo, bandeira de alta e bandeira de baixa, flâmula de alta e flâmula de baixa e ombro-cabeça-ombro.
Alguns riscos de segurar uma posição
Antes de se posicionar em uma ação para swing trade, vale a pena conferir se há algum evento que possa influenciar o preço na abertura do pregão do dia seguinte.
A temporada de divulgação de resultados das empresa é um desses eventos. Mesmo que os números venham bons, pode ser que o preço tenha uma queda significativa e abra com um gap para baixo — é claro que o contrário também pode acontecer.
Outro evento para ter atenção é a divulgação do Índice de Gestores de Compras, o Purchasing Manager’s’ Index (PMI) de setores como industrial e manufatura. Ele é um bom indicador do sentimento do mercado pode ser consultado em sites na linha do calendário econômico do MQL5/MetaTrader5.
Scanner de ações para ajudar a encontrar oportunidades
Outra ferramenta que o autor recomenda aos swing traders é o scanner de ações, uma espécie de filtro para listar os ativos que apresentem determinados parâmetros.
Por exemplo: antes de escolher meu próximo trade, quero saber quais ativos mostram indícios de movimentação de alta. Para isso, uma opção seria filtrar as ações com preços acima da média móvel aritmética de 50 períodos no gráfico diário.
Ou ainda: filtrar ações com sinais de que estão sobrevendidas, com o nível do estocástico abaixo de 20.
Assim, traders não precisam analisar todos os ativos disponíveis, um por um.
No livro são sugeridos alguns scanners voltados ao mercado americano, mas uma alternativa para o mercado brasileiro é o Screener de Ações do TradingView.
Agora, se você sabe programar, há ótimos recursos para construir o seu próprio scanner.
Como sugestão, o canal Part Time Larry (em inglês) tem diversos vídeos ensinando programação em Python voltada ao mercado.
E esse foi mais um bom livro para a nossa biblioteca. Particularmente, eu lido melhor com o swing trade do que com o day trade. Por isso, foi ótimo ler um conteúdo específico para essa categoria.
Que fique claro: não sou contra o day trade! Inclusive, para os interessados, tenho duas dicas.
A primeira são os artigos do Day Trader Pro para quem quer aprender sobre day trade.
E a segunda é o livro How to Day Trade for a Living, cujo autor Andrew Aziz é parceiro de Brian Pezim na Bear Bull Traders.
Boas leituras!
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